quinta-feira, 12 de abril de 2012

Poema Garoado

POEMA GAROADO

Cai uma garoa marota
na cidade garota e senhora
São Paulo dos guarda-chuvas
e prédios.

Pessoas mascaradas caminham
e suas expressões são parecidas,

As filas permanecem grandes,
as avenidas e ruas,
suas veias-estradas
e rios poluídos
caminham silenciosamente
sendo notados apenas pelo cheiro insuportável 
do desrespeito
e da incompetência
das excelências
nada excelentes!

Cai a garoa, marca da minha cidade
mas às vezes tempestades
devastam casas, arrastam pessoas,
magoam e destroem sonhos.

E os mascarados caminham pelas ruas,
entram em túneis cada vez mais profundos das estações metroviárias,

e os jornais das seis não param nunca
de falar sobre a cor vermelha predominante
no trânsito,
na noite,
o sangue que escorre solto,
e absurdamente conformados,
caminham os mascarados sociais
da cidade.

Bebendo em goles, sua urbanicidade,
sua realidade,
realidade de cada um. 

Na dura realidade de todos.

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